Já ouviu falar de FMEA? Não sabe o que é ou como aplicar na sua empresa? Antes de abordarmos a ferramenta FMEA convém percebermos o que é uma análise riscos e oportunidades e qual a sua importância para uma empresa.
O que é a Análise de Riscos e Oportunidades?
A Análise de Riscos e Oportunidades é um processo crítico à atividade da sua empresa, a um projeto ou a qualquer objetivo que tenha estabelecido.
Através de uma análise de risco cuidada é possível tentar evitar as incertezas que aparecem, ou que podem aparecer, e que em tantas vezes são tão desagradáveis, principalmente quando não se está preparado para a sua ocorrência.
Ao ser efetuada uma análise aos “e ses” de toda a atividade da empresa, ou a um projeto, ou aos objetivos que estão definidos, podemos encontrar os riscos associados e, ainda, oportunidades que possam surgir.
O tratamento desses mesmos riscos ou oportunidades fazem com que a nossa empresa esteja melhor preparada para o dia de amanhã, conseguindo evitar ameaças indesejadas e, por outro lado, alcançar oportunidades que até então eram desconhecidas.
A Análise de Riscos e Oportunidades na Gestão da Qualidade
A prevenção de resultados indesejados e a definição de estratégias para alcançar as oportunidades detetadas é a base da atual versão do Sistema de Gestão ISO 9001.
O pensamento baseado no risco é uma das generalidades (0.3.3) descritas na norma NP EN ISO 9001:2015, apontando para o dever de planear e implementar ações para tratar o risco e oportunidades.
Um dos grandes objetivos da gestão de risco e oportunidades é a possibilidade de mitigar ou diminuir os efeitos ou o impacto de algo negativo que possa surgir, o risco negativo, mas também a possibilidade de aproveitar e aumentar o impacto de oportunidades que surjam para a empresa, o risco positivo.
Para se efetuar uma boa análise de risco, devem estar envolvidos os responsáveis de cada uma das áreas de negócio da empresa e com o maior número de envolvidos possível. Uma boa sessão de brainstorming é um excelente ponto de partida para iniciar os trabalhos, assim como a análise swot atualizada.
O que é a FMEA?
Uma das ferramentas que dispomos para trabalhar a análise de riscos é a FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) – Análise de Modo e Efeitos de Falha.
A FMEA é uma ferramenta que permite analisar os riscos potenciais através de indicadores numéricos que classificam os seguintes fatores:
- Severidade – indica o comprometimento do sistema com o acontecimento do risco detetado;
- Ocorrência – indica a frequência com que o risco tende a ocorrer;
- Deteção – indica o grau de deteção do risco quando o mesmo ocorra.

O produto dos fatores acima descritos permite calcular o RPN (Risk Pripority Number), que indica a urgência de tratamento dos riscos detetados. Quanto mais elevado for o RPN, maior é a necessidade de tratamento e otimização do processo.
Em suma, o objetivo principal da FMEA é identificar os riscos, priorizá-los em relação ao risco de ocorrerem e as suas consequências, e, ainda, tomar medidas para eliminar ou reduzir a sua ocorrência.
12 passos para aplicar a FMEA na sua empresa
Agora que já sabe o que é a FMEA, convém saber como aplicar esta ferramenta.
Apresentamos aqui um modelo de 12 passos que pode e deve seguir, adaptando sempre à realidade da sua organização.
Etapa 1 - Selecionar a Equipa
A equipa a selecionar deverá ser composta tendo em conta as competências de cada elemento, sendo a sua heterogeneidade uma mais valia para o desenvolvimento dos trabalhos.
O conhecimento do processo ou da empresa é também essencial para fazer uma análise de riscos eficiente e bem sucedida.
Etapa 2 - Determinar as falhas possíveis
Nesta etapa, a palavra de ordem é Brainstorming. Deve ser realizada uma análise, com vista à identificação e listagem de todas as possíveis falhas, para mais tarde serem classificadas.
Podem ser utilizados fluxogramas para identificar o fluxo de trabalho e analisar cada etapa do processo e da produção.
Etapa 3 - Identificar como ocorrem as falhas
Depois de determinadas as falhas é necessário identificar a forma como cada uma delas pode ocorrer. Uma falha pode ocorrer de várias formas por isso, não se esqueça de identificar todas elas.
Etapa 4 - Identificar as Consequências
Após identificação das falhas e das suas origens é necessário perceber qual a consequência de cada uma.
As consequências podem ser internas ou externas, podendo neste último caso afetar o cliente. Assim, durante a FMEA é fundamental identificar bem o que acontece quando as falhas ocorrem.
Etapa 5 - Classificar a Severidade (S)
Chegou a altura de classificar a severidade de cada falha, origem e consequência. Para tal, deve ser utilizada uma escala de 1 a 10, onde o 1 representa uma gravidade insignificante e o 10 uma perda total.
Etapa 6 - Identificar as Causas
Continuando a análise de cada falha, chegou a hora de ir à origem dessa mesma falha, identificando todas as possíveis causas.
Nas etapas 2 e 3 percebemos o quê e o como, agora vamos perceber o porquê. Este é um ponto chave que deve ser analisado com muita atenção.
Etapa 7 - Identificar a Probabilidade de Ocorrência (O)
A probabilidade de ocorrência deve também ser identificada. Por norma, a ocorrência também é classificada tendo por base uma escala de 1 a 10, onde 1 representa a improbabilidade de ocorrência e 10 a regularidade, sendo praticamente inevitável que ocorra.
Etapa 8 - Determinar o fator Deteção (D)
Depois de determinados os fatores severidade (S) e ocorrência (O) é altura de aferir se cada uma das falhas será mais ou menos detetável, ou seja, qual o seu fator de Deteção (D).
Cada falha terá seu modo de ser detetada e, esse modo, deve igualmente ser listado.
Etapa 9 - Classificar a Deteção (D)
Continuando com a utilização de escalas de 1 a 10, classificamos cada uma das deteções listadas, em que 1 determina um controle total e 10 significa que não é possível controlar.
Etapa 10 - Determinar o RPN
Nesta etapa é determinado o produto final. A determinação do RPN é feita através do produto de todos os fatores, ou seja, aplicamos a fórmula abaixo, mediante os resultados obtidos nas etapas 5, 7 e 9.
RPN = S x O x D
Etapa 11 - Definir Estratégias
Após determinação do RPN chegou o momento de definir estratégias, tendo em conta o seguinte:
- Todas as falhas com RPN superior a 90 devem ser tratadas de imediato
- As restantes devem ser tratadas por ordem decrescente dos resultados RPN obtidos
Importa referir que qualquer estratégia definida para melhoria dos processos deve ter um responsável pré-estabelecido, com as devidas autoridade e com prazo de implementação também acordado.
Etapa 12 - Monitorizar
A manutenção de todas as ações aqui descritas são de extrema importância para a melhoria do desempenho da sua empresa. Atualize sempre as classificações, tendo em conta a monitorização que vai efetuando à sua analise de risco.
Já está pronto para efetuar uma Análise de Riscos na sua empresa através da FMEA?
A FMEA é uma ferramenta valiosa que traz inúmeros benefícios, incluindo maior confiabilidade de produtos e serviços, prevenção de possíveis falhas e, consequentemente, aumento da satisfação do cliente.
A implementação desta ferramenta é mais simples do que pode parecer. Fale com a Mérito Crescente, temos todo o gosto em elaborar uma Análise de Riscos personalizada para a sua empresa.